terça-feira, 26 de abril de 2011

Entrando

Fui para as Neurociências hoje. Achei esta entrevista:


Ivan Izquierdo tem dois livros interessantes que pensei em consultar: Questões sobre memória e A arte de esquecer. Tô pensando...

Fiz comentários no post anterior durante minha leitura da entrevista. Adoro as passagens em que ele busca exemplos na literatura, na música, no cinema para nos fazer compreender a memória.

Rebuliu várias coisas por dentro. Não é assim que começam os furacões?

7 comentários:

  1. Nossa, muita coisa pra pensar. Quero reler depois com mais calma. Por enquanto eu fiquei em dois trechos:

    "Entretanto, o que foi aprendido intraútero, não temos como traduzir. É como se tivéssemos aprendido chinês e não soubéssemos nada dessa língua agora. Fenômeno parecido ocorre com a memória da infância pré-linguagem e, provavelmente, com a memória dos animais."

    "Só nos lembramos do que podemos declarar e evocar claramente, apesar de antes termos aprendido muitas coisas que não podemos explicar. E, não são só memórias de hábitos, senão também memórias declarativas."

    Porque eu fiquei me perguntando se isso não continua acontecendo depois do útero, se não tem um universo de memória que a gente não pode acessar, porque não tem a chave da linguagem. Fiquei pensando numa sensação que eu sempre tenho nos primeiros dias de inverno, que eu só consigo chamar, pra mim mesmo, de "saudade não sei do quê". Mas esse nome não diz nada, porque é uma sensação/sentimento/seiláoque muito forte, com gostos que lembram cheiros, que lembram texturas, que lembram cores, pedaços muito pequenos de cenas, de ações. Será que é isso, será que tem toda uma outra vida minha ali que eu não conheço porque não sei dar nome?

    Se for, que raiva dessa ditadura da linguagem que não deixa a gente viver a vida direito.

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  2. Ditadura que ainda nos atropela pelas possibilidades de interpretação. Ando pensando que talvez nosso trabalho deva mesmo ser criado/pensado em diferentes linguagens que se completem de alguma maneira... Trabalhos, memórias.
    Esse intraútero me deixou tensa! Como assim, gente?

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  3. Então, eu gosto da ideia dos microfilmes, pra já começar fazendo alguma coisa. Vamo ver que que dá da escrita automática, de repente a gente acha um jeito de emendar.

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  4. Agora que eu me liguei, que era exatamente isso que você tinha perguntado no outro post, quando disse: "O que apagamos também é memória?"

    Eu to achando que é sim, mas de um outro tipo, inacessível pro nosso ser linguístico.

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  5. Quando ce falou microfilmes tava pensando em filmes curtos, ou naqueles microfilmes de biblioteca?

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  6. Esse lance de estudar memória é poço. Afe! Pensei em filmes curtos, o que são microfilmes de biblioteca?

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  7. Microfilme é um jeito de registrar documentos, jornais etc. num filme bem pequenininho. Essas bibliotecas que aparecem em filme americano, que a pessoa fica vendo jornais antigos numa tela, isso é feito por meio de microfilme.

    http://biblioteca.piracicaba.sp.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/03/maquina-de-microfilme.jpg

    Depois que eu achei que vc talvez tivesse falado disso, até me pareceu uma mídia que pode render alguma coisa. Mas acho que pra gente começar, vídeos curtos são legais e fáceis de realizar e compartilhar.

    Mas acho que isso, primeiro a gente conversa sobre a escrita automática, na segunda, e depois tenta extrair de lá alguns parâmetros pra produzir os vídeos.

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