domingo, 22 de maio de 2011

Gravando

Bom, não sei bem por que, mas invoquei de fazer um vídeo. Primeiro veio a imagem, algumas, e depois essa cosquinha. Chamei Rodrigo Luna, amigo-videomaker-que-topa e "mexe com video" (rs!) e está em transição para coreógrafo. Resultado: fizemos tudo menos as duas imagens iniciais. Viva a liberdade! A partir da escrita automática, elenquei algumas possibilidades e tocamos esse barco adiante. O rapaz agora está com o pepino da edição nas mãos! Achei ótimo porque alguns elementos se abriram para mim como possibilidades concretas de investimento. Vamos trabalhar!

domingo, 15 de maio de 2011

Liz Aggiss

Gus, dei uma surtada aqui com este vídeo:


E com a artista, tô doida fuçando a criatura na net. Olha o site:


Várias coisas interessantes, achei de cá!

Ah! Propus um título provisório para a mostra de junho, "Contravento". Não sei porque ainda... Pensemos!

Como andam os vídeos? De cá, aviso que vou atrasar um pouco...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Organizando as caixinhas

Foi numa conversa com Laura Franco no café do Palacete, pertinho de Rodin, que pensei no local. Laurinha foi a protagonista da primeira peça que eu escrevi e dirigi, a minha Miudinha. Ótima pessoa, ótima atriz, ótima produtora-pensante das artes. Falamos sobre o solo dela, "Rugas", trabalho sobre memória, sobre mulher, sobre velhice, delicado, cheio de miudezas da pesquisa que ela enveredou fazendo de tudo que foi jeito, pelo silêncio, pela ausência de movimento, através da estadia e das conversas em Milagres, puxando da memória a memória de todas as vozes que ouviu e guardou em algum canto inesperado da mente. O que foi virando cena me pegou no canto em que me afino no sentimento de ser neta e de amar ter uma avó. Conversamos muito e fui mancomunando coisas sobre o tempo dos velhos, um tempo muito diferente do meu, um tempo diferente para investigar, alguma desaceleração. Conversava e olhava para o banco. Fim de semana estive em Oliveira, a terra dos meus maiores devaneios (tudo bem, Bachelard?) de infância. Minha avó me emprestou dois vestidos, um deles ela quer que eu use na vida. Não sei se chego a tanto, mas trouxe comigo por que pela via do afeto (tudo bem, Laurinha?) ele pode ficar e virar o que quer que isso tudo vire. Uma parte de muitas coisas. Fechei o video, a foto, o som. Adoro ter amigos-parceiros-amigos. Vou retomar a leitura do caderninho e volto com mais nortes. Não consegui registrar a conversa, porque meu mp4 descarregou no buraco que é a minha bolsa. Oremos às vacas!

Segunda Imagem Poética

Estou sentada em um banco na área externa do Palacete das Artes. Perto de uma escultura. O vestido é branco que minha avó me emprestou especialmente para a ocasião. O movimento é margeado. Depois passo com muitos balões de gás na ponte. Estou de volta ao banco, um balão tampa meu rosto. O rosto anterior era muito pálido. A terceira vez é Macabéia.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bobaginha

Nada demais, só tava vendo isso e lembrei do teu vento mexendo em tudo menos no cabelo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tarefinha da Semana

Elaborar uma composição usando a mídia de sua preferência (foto, video, dança, teatro, video-instalação) a partir da estrutura, assunto, visualidade e variações temporais presentes nas escritas automáticas. Incluir um fetiche.
Prazo: De 10 a 17 de maio.
Dicas:
Tradução é versão
Literariedade - como traduzir a margem do papel no video?
O que a gente produz de discurso sobre a gente
O que a gente é
O que a gente pensa que é

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Nota de rotina

Primeira conversa ao pé do peito agendada. Almoço no café do Rodin, com Laura Franco, nesta sexta-feira. É lá que penso em fazer uma primeira foto disso tudo. Vamos ver.


terça-feira, 3 de maio de 2011

In my language

A Michelle me mostrou isso quando eu tava começando a pesquisa pro Pig Lalangue (o solo que eu vou apresentar aí) e eu fiquei bem impressionado. É uma moça, autista, que faz vários vídeos compartilhando como ela percebe as coisas. Eu fiquei pensando o que seria a memória, nesse caso, em que a língua não é a mediadora principal do pensamento.



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um dos nossos primeiros pontos de reflexão

Pensamos em memória como ficção, ok? Falamos dos recortes e estratégias de ficcionalização inerentes ao ato de contar, uma vez que memória # de experiência vivida. Achei esse texto interessante, traz um ponto de vista diferente, não concordei muito, mas vale a leitura:


"The information about ourselves that we record online is the sum of our relationships, interests and beliefs. It's who we are." Complicado ser reduzida ao fragmento editado que coloco na net que, de maneira alguma, documenta com precisão e "alma" a minha experiência vivida. Aliás, qualquer "documentário", nesse sentido, é impossível.

Extensão de uma conversa que tivemos

A história de nossa infância não é psiquicamente datada. As datas são repostas a posteriori; vêm dos outros, de outro lugar, de um tempo diverso daquele que se viveu. Pertencem exatamente ao tempo em que se conta . Victor Ségalen, grande sonhador de vida, sentiu a diferença da infância contada e da infância restabelecida numa duração que sonhamos: "Contamos a uma criança um traço qualquer de sua primeira infância, ela o memoriza e o utilizará mais tarde para se lembrar, recitar por sua vez e prolongar, pela repetição, a duração factícia, em outra página', Victor Ségalen diz que gostaria de redescobrir "o primeiro adolescente", reencontrar-se realmente, "como na primeira vez", com o adolescente que ele foi. Se as lembranças nos forem ditas com demasiada freqüência, "esse fantasma raro" já não passará de uma cópia sem vida. As "lembranças puras" recontadas incessantemente tornam-se ladainhas da personalidade.

Ainda Bachelard.

Tio Gaston

O passado não é estável.

Bachelard, p.103.

Do montinho desparatado

Há vida sem causalidade? Memória não busca conseqüência, costura retalhos esparsos no tempo, quando o faz. Chave?

Ainda Bachelard

A memória é um campo de ruínas psicológicas, um amontoado de recordações.

Do meio de um outro estudo

E foi assim que escolhi a fenomenologia na esperança de reexaminar com um olhar novo as imagens fielmente amadas, tão solidamente fixadas na minha memória que já não sei se estou a recordar ou a imaginar quando as reencontro em meus devaneios.

Bachelard, Gaston. A poética do devaneio.

Primeira Imagem Poética

Estou sentada numa cadeira de madeira embaixo de um varal de roupas secas. Muito vento faz com que tudo se mexa. Menos meus cabelos.